José Carlos Martins destaca potencial minerário do Brasil no debate “Brasil em Transformação”

O membro do Conselho de Administração da Cedro Participações, José Carlos Martins, participou nesta terça-feira (10/06) do evento "Brasil em Transformação: mineração no Brasil e no exterior”, promovido pelo jornal Correio Braziliense, que teve a Cedro como uma das patrocinadoras.

Entre outros temas, foram discutidos a legislação e a regulação de áreas específicas. O avanço da tecnologia e o uso da inteligência artificial também estiveram no centro da discussão. A pauta ainda abordou a mineração 4.0, que garante a automação de máquinas, e a integração de mecanismos de produtividade e segurança, com novos parâmetros tecnológicos que possam dar mais agilidade e integridade às empresas e aos trabalhadores.

Além de Martins, participaram do debate o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann; o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) e o ex-senador e ex-ministro Romero Jucá, além de outros especialistas do setor.

O conselheiro da Cedro, comandada pelo empresário Lucas Kallas, disse que o Brasil tem uma participação significativa no mercado global de minério de ferro, mas ainda está longe de atingir todo o seu potencial de produção.

“O nosso país tem grande vocação mineral. Temos dimensões continentais e muitos dos nossos recursos ainda não foram descobertos. O minério de ferro talvez seja onde o país mais avançou em termos de exploração e de conhecimento. E o nosso potencial é muito grande.”

Mineração e preservação

De acordo com Martins, a mineração e a preservação ambiental devem caminhar lado a lado. “É possível conciliar a preservação das cavernas, por exemplo, com a atividade mineral”, enfatizou. Segundo ele, é necessário que o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental atuem em sintonia, viabilizando soluções sustentáveis para o crescimento do país. Nesse contexto, o Brasil pode ampliar sua competitividade no mercado global.

Ele expôs um panorama histórico da indústria de minério de ferro no país, passando pela queda da liderança brasileira desde 2007 em comparação com a Austrália. Cerca de 60% do minério de ferro do mundo é produzido no Brasil e na Austrália, enquanto praticamente 80% do minério consumido no mundo é consumido na Ásia.

“O Brasil é um país com grande vocação mineral. Temos dimensões continentais e muitos dos nossos recursos ainda não foram descobertos. O minério de ferro talvez seja onde o país mais avançou em termos de exploração e de conhecimento. E o nosso potencial é muito grande,” disse José Carlos Martins.

Potencial enorme

No entanto, em um mundo que exige mais eficiência, mais rastreabilidade e mais sustentabilidade, o segmento enfrenta hoje o maior desafio de sua história: transformar-se profundamente para permanecer relevante e estratégico. De acordo com ele, a tributação não é o maior dos problemas para o desenvolvimento do setor no país. O conselheiro da Cedro argumentou que o potencial de crescimento da mineração brasileira é enorme, mas é prejudicado por questões regulatórias e de segurança.

“Se o Brasil tivesse mantido o market share (grau de participação de mercado) que tinha em 2007, atualmente estaria produzindo pelo menos 200 bilhões de toneladas a mais de minério de ferro. Isso significa US$ 20 bilhões de receita adicional”, afirmou o conselheiro da Cedro.

Por fim, Martins avaliou a legislação ambiental brasileira. “Nossa legislação é muito evoluída, normalmente a gente pega o que é mais rígido no mundo”, disse. “Mas você não pode deixar a questão ambiental somente pela ótica ambiental, é o patrimônio do país”, salientou.