Cedro Mineração

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Empresário Lucas Kallas parte para a diversificação de seus negócios – revistaencontro.com.br

Atuando na agropecuária, mercado imobiliário e energia, ele quer colocar a Cedro Participações entre as cinco maiores mineradoras de ferro do Brasil

Daniela Costa postado em 12/06/2022 22:07 / atualizado em 12/06/2022 22:07

Aos 42 anos, Lucas Kallas comemora a receita recorde de 2 bilhões de reais em 2021 da Cedro Participações: “Temos investido em vários segmentos e o nosso objetivo é que o faturamento do grupo seja dividido em 50% da mineração e 50% de outros negócios em cinco ou seis anos. Fico de olho nas oportunidades”
(foto: Paulo Márcio/Encontro)

Quem chega à recepção da Cedro Participações, no imponente edifício Concórdia Corporate, no Vila da Serra, em Nova Lima, se depara com um quadro que ocupa boa parte de uma das paredes da ampla sala, composto por milhares de fotos de folhas de árvores unidas por minúsculos alfinetes, cuidadosamente dispostos, um a um (foto na pág. 71). A sensação é de se estar observando parte de uma floresta viva, com todos os seus relevos. “São pedaços de folhas de cedro do Líbano”, explica o empresário Lucas Kallas, de 42 anos, presidente do conselho da Cedro Participações. Ele conta que se encantou por uma obra parecida da fotógrafa e artista contemporânea paulista Alessandra Rehder, feita com imagens de folhas de mangueira. Lucas quis encomendar um quadro com folhas da árvore símbolo do país de seu avô, mas a fotógrafa disse que seria impossível de conseguir tanto aqui no Brasil quanto na Europa, onde residia. “Não tive dúvidas: autorizei a ida ao Líbano e ela voltou com as fotografias do cedro do Líbano.”
Essa é apenas uma história entre tantas vividas pelo empresário e que refletem seu perfil arrojado, empreendedor, obstinado e apaixonado por artes plásticas. O que ele não teve oportunidade de aprender na universidade – completou só o ensino médio -, aprendeu colocando a mão na massa, dando passos largos e cada vez mais ousados. Espelhando-se no avô paterno, o libanês Farid Kallas, se aventurou cedo nos negócios. “Lucas era uma criança bem agitada e bagunceira. Não conseguia ficar sentado para fazer dever de casa”, lembra seu pai, o engenheiro civil José de Melo Kallas, que se diverte ao recordar as peripécias de seu único filho homem – tem outras duas filhas mais velhas (a do meio, Francine, é integrante do conselho da Cedro Participações). Mas, se na adolescência os bancos escolares não eram os preferidos de Lucas, ele já mostrava seu apetite pelo trabalho ao ajudar a mãe, Isaura Kallas (morta em 2001), conhecida decoradora e artista, que trabalhava com madeira de demolição. Isaura era dona de uma famosa marcenaria em Nova Lima (onde hoje é o restaurante La Victoria), que levava seu nome e fez projetos para as famílias Marinho (Globo) e Setúbal (Itaú), entre outros. O garoto também colecionava amigos e sempre teve espírito de liderança e competição. No período em que nadava no Minas Tênis Clube, tornou-se mais disciplinado. Em certa ocasião, perguntou ao pai o que era ser imbatível. “Fui saber que ele queria ganhar de um menino considerado invencível”, lembra. “Ele me disse que iria vencê-lo, e o fez.”

Ao lado da mulher, Rachel, e dos filhos Theo, de 7 anos; Maria Fernanda, de 10; e João Lucas, de 22: “Com o Lucas é ‘no fio do bigode’. Ele honra a família, os pais e não se esquece dos amigos. É muito leal, tem um coração enorme e uma fé invejável”, diz a companheira de 15 anos, que divide com ele a paixão por obras de arte (ao fundo, um quadro de Abraham Palatnik, pioneiro em arte cinética no Brasil)
(foto: Pádua de Carvalho/Encontro)

Nascido na capital, ainda na adolescência Lucas decidiu deixar o conforto de sua casa e a proximidade com os amigos para ir morar com o avô Farid no interior, na cidade de Passos, no sul de Minas. Ele lembra que o imigrante libanês possuía terras e propriedades na região. Em uma dessas áreas, Lucas decidiu empreender e pensou grande. Aos 19 anos, planejou um loteamento para 100 casas populares que seriam vendidas por meio de financiamento bancário. “No final das contas a Caixa Econômica Federal não quis liberar o dinheiro para que terceiros comprassem os imóveis e tive de fazer financiamento próprio para concluir as vendas”, diz o empresário. “Acabei perdendo metade das casas.” Entre as agruras de sua vida de empresário houve diversos tropeços, mas que Lucas prefere chamar de lições. “Ele dava com os burros n’água, mas corria atrás. Sempre foi valente”, diz o pai. O filho concorda. “Comecei a colher alguns frutos após os 35 anos de idade. Antes disso foi na base do erro, acerto e muita persistência. Nunca pensei em desistir.” Quem convive com ele salienta sua resiliência e a capacidade de superar adversidades. “O sangue libanês fala alto”, diz Eduardo Couto, diretor jurídico da Cedro Participações. Em 2021, a holding dirigida por Lucas e outros sócios faturou 2 bilhões de reais em negócios diversificados nos ramos da mineração, mercados imobiliário e financeiro, café, soja, pecuária e energia solar. Após anos fazendo altas apostas, os ventos, enfim, sopraram a seu favor. “Costumo dizer que só pega onda boa quem está no mar.” E ele não pretende parar de surfar tão cedo.

Com o pai, José de Melo Kallas: “Lucas era uma criança bem agitada e bagunceira. Não conseguia ficar sentado para fazer dever de casa”
(foto: Arquivo pessoal)

A Cedro Participações nasceu no final de 2017, já com a visão de sustentabilidade na mineração, tendo como seu primeiro projeto o beneficiamento de rejeitos de minério estocados, com o uso de tecnologia de processamento apta a eliminar o uso de barragens. O processamento utiliza um sistema de filtragem que seca o rejeito e o espalha de forma sustentável, reaproveitando aproximadamente 80% da água utilizada no processo de produção de minério de ferro. Com muito bom humor, seu pai lembra dessa época. “De repente, chega aquele monte de gente no meu escritório – que ficava em duas salas pequenas no bairro Belvedere -, todos desempregados e sem lugar para ficar. Eles brigavam por tomada, porque a mesa já não tinha para todos mesmo.” José de Melo Kallas se recorda da apreensão vivida naquele momento. “Alguns já estavam casados e tinham família para sustentar. Eu me perguntava como sobreviveriam a partir dali.” Não demorou para que a Cedro Participações o surpreendesse. O contrato inicial previa, apenas, o beneficiamento com o reaproveitamento do antigo rejeito e gestão da planta de concentração, o que representava uma pequena fração da totalidade da operação da mina. O êxito foi tamanho que o antigo proprietário entendeu que era o momento de a Mina do Gama, em Nova Lima, mudar de mãos. “Foi uma grande oportunidade, que agarramos com unhas e dentes”, diz Lucas. Mas o momento também foi de apreensão. “Ele chega lá em casa e me diz que comprou a mina toda. A primeira coisa que pensei foi que ele era realmente louco”, conta o pai.

Quadro feito com fotos de folhas de cedro do Líbano, na recepção da Cedro Participações: fotógrafa e artista contemporânea paulista Alessandra Rehder foi para a terra dos antepassados de Lucas Kallas para produzir as imagens que depois foram recortadas e unidas por minúsculos alfinetes
(foto: Pádua de Carvalho/Encontro)

O sucesso da empreitada é creditado à boa governança corporativa, com estratégias transparentes, auditadas externamente, e efetivas, bem como à alta demanda pela commodity (minério de ferro). Em 2020, ao assumir a totalidade da Mina do Gama, a Cedro Participações realizou investimentos para descaracterizar a antiga barragem de rejeitos, sendo uma das primeiras a eliminar a estrutura em Minas Gerais. Com um investimento de 30 milhões de reais no processo de filtragem e 150 milhões em desenvolvimento, pesquisa e infraestrutura, a Cedro pretende ser referência no mercado brasileiro, e não só para o setor mineral. “A atividade é necessária para a geração de vários bens de consumo essenciais, como fertilizantes, carros, computadores e celulares”, diz Lucas. “Quase nada seria possível sem a mineração.” A Cedro Participações nasceu dentro desse conceito de produzir olhando para o destino de seu produto. Por essa razão, trouxe consigo o DNA da indústria consciente e sustentável.
Enquanto a equipe de reportagem de Encontro circulava pela Mina do Gama ao lado de Lucas Kallas, um dos funcionários se apressou em pedir uma foto. A iniciativa, um tanto inusitada, é reflexo da maneira informal e próxima com que o empresário lida com seus empregados. Apenas na Mina do Gama, a Cedro conta com 1.200 colaboradores diretos e 800 indiretos. “Lucas acompanha tudo de perto. É rigoroso na cobrança de resultados, mas generoso na premiação da performance”, diz José Carlos Martins, ex-diretor da Vale e hoje conselheiro da Cedro.

Vista da Mina do Gama, em Nova Lima, uma das primeiras a ter sua barragem descaracterizada em Minas Gerais: redução no uso de água gera reaproveitamento de 80% dos recursos hídricos utilizados
(foto: Paulo Márcio/Encontro)

A Cedro é responsável por mais de 40 projetos sociais com investimentos tanto por meio de lei de incentivo quanto por recursos diretos, como nos hospitais Mário Penna, Baleia e Santa Casa de BH. No bairro Vale do Sol, a empresa entregou uma viatura à Polícia Militar, além de ter construído uma rotatória e implementado melhorias na estrada Rio do Peixe. O grupo patrocina ainda o Villa Nova Atlético Clube, equipe que está na série D do futebol nacional. No final de março, Lucas recebeu, em cerimônia na Câmara Municipal, o título de Cidadão Honorário de Nova Lima. Em Mariana, a mina da Cedro deve entrar em operação no segundo semestre de 2022, quando será responsável por 250 empregos diretos. Mesmo antes de dar início às atividades na primeira capital mineira, a empresa investiu em seis projetos sociais por ali. Em conjunto com a prefeitura estão previstas melhorias na MG-129, para ampliação da pista e criação de rotatórias que irão garantir mais segurança e acessibilidade para moradores e motoristas. Serão construídas três rotatórias para permitir retornos e acessos a comunidades próximas à região da mina, além de reforço no asfalto e duplicação de parte da via. “É preciso fazer o certo e de forma correta”, costuma dizer Lucas.
Se em 2021 a mineradora produziu 4 milhões de toneladas de minério de ferro e faturou quase 2 bilhões de reais, a previsão para este ano é de chegar a 5,5 milhões de toneladas e um faturamento de 2,5 bilhões. A empresa pagou no ano passado cerca de 600 milhões de reais em tributos, tornando-se a sexta maior na Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) no país.

Lucas em seu escritório, no Concórdia Corporate: espaço especial dedicado à imagem de Nossa Senhora Aparecida
(foto: Paulo Márcio/Encontro)

Conciliador, bom de papo e muito articulado (ele conversa com todas as autoridades políticas), Lucas é um dos mais jovens integrantes do conselho estratégico do Sistema FIEMG, formado pelas 40 maiores empresas do estado. Ele participa ativamente dos debates referentes ao futuro da indústria e se compromete a fazer a diferença. Integra também o conselho da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte e do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra). O apetite por novos empreendimentos é tamanho que chega a ser motivo de brincadeiras no escritório. “Não podemos deixar o Lucas viajar, porque ele sempre volta com mais um negócio na cabeça”, diz Guilherme França, diretor de sustentabilidade da Cedro Participações. O processo de análise de negócios pela empresa é acelerado. “Temos investido em vários segmentos e o nosso objetivo é que o faturamento do grupo seja dividido em 50% da mineração e 50% de outros negócios em cinco ou seis anos. Fico de olho nas oportunidades”, diz Lucas Kallas. Foi numa dessas viagens que surgiu seu interesse por café. Após uma visita a uma fazenda produtora do grão ao lado do amigo Ricardo Tavares, fundador do Café Três Corações, ele viu que aquele era um bom negócio para investir. Em 2021, comprou uma fazenda na Serra do Cabral, na região de Francisco Dumont, no norte de Minas, e hoje já está em curso o plantio de 4 mil hectares de café irrigado, tipo exportação, em uma área de 23 mil hectares. “É um dos maiores plantios de café do Brasil em uma só fazenda”, afirma. Entre aquisição e infraestrutura já foram investidos 200 milhões de reais, tudo com recursos próprios, sem financiamento. Após três anos de cultivo, a primeira colheita deverá ser feita em 2024.

Cedro quer ser referência no mercado brasileiro de mineração: investimento de 30 milhões de reais no processo de filtragem e 150 milhões em desenvolvimento, pesquisa e infraestrutura
(foto: Paulo Márcio/Encontro)

A Cedro Participações escolheu a região do oeste baiano para investir no plantio de soja, onde o grupo detém 52 mil hectares de terra. O negócio também começou após uma visita descompromissada à fazenda da família de um amigo. “Fiquei encantado quando vi o plantio na maior fronteira de soja do Brasil.” Será criado ali um projeto integrado onde além da plantação de soja também será cultivado algodão, mantidas 20 mil cabeças de gado e gerado 760 Megawatts (MW) de energia solar. “É a maior usina fotovoltaica de energia solar da Bahia, que será utilizada para a fazenda e, o excedente, para comercialização.” Além da usina na Bahia, a Cedro Participações também investiu em cinco parques que totalizam 12,5 MW em três municípios mineiros (Lavras, Iguatama e São Gonçalo do Sapucaí), com a perspectiva de gerar 350 empregos. Atento ao mercado imobiliário, o grupo Cedro é o principal acionista do Himalaya Town Center, empreendimento de alto luxo que será lançado no Vila da Serra, em Nova Lima. O complexo reunirá no mesmo espaço shopping center, torres residenciais e corporativas, hospital (do grupo Oncoclínicas), faculdade (Fumec), centro de convenções e teatro de arena, além de estacionamento para 2,5 mil veículos. O empreendimento está em processo de licenciamento e receberá investimentos de 1 bilhão de reais, com a expectativa de gerar 2,5 mil empregos diretos. Fora o megaprojeto, a Cedro também está construindo quatro hospitais nas cidades de São Paulo, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre. Os empreendimentos no modelo BTS (Built To Suit), ou “construção sob medida”, serão completamente equipados e alugados. “Compramos o terreno, construímos o prédio, equipamos e alugamos por 25 anos”, diz Lucas.

Fazenda de café na Serra do Cabral, na região de Francisco Dumont, no norte de Minas, com área de 23 mil hectares: previsão é que primeira colheita seja feita em 2024
(foto: Divulgação)

Na sala de seu elegante apartamento residencial pode-se ver um pouco da coleção de obras de arte contemporânea da família Kallas. Chamam atenção quadros de Carlos Vergara, Arthur Luiz Piza e Abraham Palatnik, e esculturas de Frans Krajcberg, Franz Weissmann e Camille Kachani – por quem o empresário tem um apreço todo especial, por tratar-se de um libanês que veio para o Brasil com os pais na década de 1970. Para dar conta da rotina atribulada, acorda todos os dias às 5h30, pratica atividade física, chega ao escritório às 8h e sai após pôr do sol, lá pelas 20h. Quando necessário – e quase sempre o é – aciona o carioca Julio Cesar Basile, comandante de seu helicóptero, para encurtar distâncias e fazer os minutos se multiplicarem. Três vezes por semana, vai a São Paulo, sempre a negócios. Aos sábados e domingos, quando não há convites para avaliar algum novo empreendimento, faz questão de estar com a família. Casado há 15 anos com Rachel Kallas, Lucas é pai de Theo, de 7 anos, Maria Fernanda, de 10, e João Lucas, de 22, fruto de um relacionamento anterior. “Tento conviver ao máximo com eles, mas nem sempre é fácil. Às vezes, mesmo estando em BH, passo dias sem ver meus filhos porque os horários não coincidem.” Para compensar o ritmo acelerado, todos os anos Lucas reúne a família e vai “de mala e cuia” para Orlando, nos Estados Unidos, onde tem casa, para passar uma temporada de férias.
Rachel e Lucas se conheceram em 2002, quando ela tinha 18 anos de idade; e ele, 22. Decidiram se casar seis anos depois. “Lucas já trabalhava muito e gostava que eu o acompanhasse”, diz ela. “Inicialmente, eu também tinha planos de trabalhar, mas escolhi ser mãe e dona de casa em tempo integral.” A convivência a fez aprender a lidar com a rotina puxada de Lucas que, segundo Rachel, é diligente em tudo o que faz. “Ele é amoroso, marido e pai dedicado.” Com ele é “no fio do bigode”, afirma. “Honra a família, os pais e não se esquece dos amigos.” Em seu escritório, Lucas Kallas reserva um espaço especial para a imagem de Nossa Senhora Aparecida. “Ele é uma pessoa de muita fé e coração generoso”, diz a mulher. O filho mais velho, João Lucas, já trilha os caminhos percorridos pelo pai, que o colocou para rodar três meses em cada um dos negócios do grupo, a fim de ganhar experiência. “Ele é muito determinado”, diz o primogênito. “Sinto que tenho um professor dentro de casa e uma referência em quem me espelhar.”

A Cedro tem participação no Himalaya Town Center, projeto que será lançado em breve no Vila da Serra, em Nova Lima: com investimento de 1 bilhão de reais, empreendimento de alto luxo reunirá no mesmo espaço shopping center, torres residenciais e corporativas, faculdade e centro de convenções
(foto: Divulgação)

Assim como as árvores do Líbano, Lucas Kallas vem construindo seus negócios para serem longevos, criarem raízes profundas e produzirem novas folhagens todos os dias. O quadro em sua recepção, com milhares de folhas de cedro, é muito mais do que uma mera obra de arte: é símbolo da capacidade desbravadora e negociante do povo libanês. E como tal, Lucas Kallas vem lapidando uma história empresarial única e frondosa – como são os cedros -, quase que esculpida na madeira, assim como aprendeu nos ofícios de sua mãe.


Alguns números da Cedro Participações

  • 2 bilhões de reais faturados em 2021, em negócios nos ramos da mineração, mercadosfinanceiro e imobiliário, café, soja, pecuária e energia solar
  • 4 milhões de toneladas de minério de ferro produzidas em 2021
  • 150 milhões de reais investidos em desenvolvimento, pesquisa e infraestrutura na Cedro Mineração
  • 30 milhões de reais investidos no processo de filtragem de rejeitos
  • 40 milhões de reais investidos em 40 projetos sociais e de infraestrutura no município de Nova Lima
  • 600 milhões de reais gerados em impostos, o que faz da companhia a sexta maior na Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM)
  • 1,2 mil funcionários diretos e 800 colaboradores ligados à operação na mineração
  • 200 milhões de reais investidos em 3 mil hectares de café irrigado, tipo exportação, em uma área de 23 mil hectares no norte de Minas
  • 52 mil hectares de terra comprados para plantação de soja, algodão, criação de gado e geração de 760 MW de energia solar
  • 90 milhões de reais investidos em cinco parques que totalizam 12,5 MW em três municípios mineiros  (Lavras, Iguatama e São Gonçalo do Sapucaí), com perspectiva de gerar 350 empregos
  • 4 hospitais em construção nas cidades de São Paulo, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre, que serão equipados e alugados

https://www.revistaencontro.com.br/canal/revista/2022/06/empresario-lucas-kallas-parte-para-a-diversificacao-de-seus-negocios.html

Grupo Cedro pretende ser o no 4 em minério de ferro – valor.globo.com

Plano de expansão de R$ 1 bilhão em três anos inclui os setores de geração de energia, imobiliário e do agronegócio

Por Cibelle Bouças – 18/11/2021

Lucas Kallas, presidente do conselho do Grupo Cedro: “Investir em diferentes áreas dará sustentabilidade ao grupo” —
Foto: Maria Tereza Correia/Valor

O Grupo Cedro, dono da Cedro Mineração, deu início a um programa de investimentos de três anos da ordem de R$ 1 bilhão. O projeto inclui aumento da produção de minério de ferro e entrada nos segmentos imobiliário, de energia e agronegócio. Os investimentos serão feitos com recursos próprios do grupo. O grupo emprega 1,8 mil pessoas e espera chegar a 8 mil até 2024.

O Grupo Cedro foi fundado no fim de 2017 pela família Kallas, de Minas Gerais, que detém 89% do capital, e outros cinco sócios. O grupo adquiriu a Mina do Gama, da Extrativa Mineral, em Nova Lima. Com investimento de R$ 150 milhões em tecnologias para melhorar a produtividade, ampliou a produção da mina de 1,3 milhão de toneladas no primeiro ano para 3,9 milhões de toneladas por ano.

Wanderley Santo, gerente-geral de operações da Cedro Mineração, disse que o grupo implantou um sistema de filtragem de 100% dos rejeitos, o que permitiu aumentar o índice de aproveitamento do minério de 35% a 40% para 60% a 65%. “O próximo passo será a instalação de uma planta de gravimetria, que vai aumentar o aproveitamento em mais 10% a 12%”, afirma Santo. O grupo também estuda usar o rejeito seco para produção de bloquetes para construção civil.

Santo disse que a produção é destinada principalmente para a indústria de ferro gusa. Entre 50% e 60% da produção é vendida para a Gerdau e o restante vai para Vale, CSN, Usiminas e outras. A receita do Grupo Cedro prevista para este ano é da ordem de R$ 2 bilhões, ante R$ 1,1 bilhão em 2020, o que representa um aumento de 82%.

Lucas Kallas, CEO da Cedro Mineração e presidente do conselho de administração do Grupo Cedro, disse que o grupo reinveste de 80% a 90% do que ganha nos projetos de expansão do grupo. A meta é ampliar a produção de 3,9 milhões para 12 milhões de toneladas por ano de minério de ferro até 2023, e para 15 milhões de toneladas por ano até 2026.

Para isso, o grupo aguarda o licenciamento de quatro minas, todas em Minas Gerais, disse Guilherme França, diretor de sustentabilidade do Grupo Cedro. O licenciamento em fase mais avançada é da Mina Cedro Mariana, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por ano. O investimento é estimado em R$ 150 milhões. Segundo França, a unidade deve entrar em operação no primeiro semestre do ano que vem, com geração de 250 empregos diretos.

Outras duas unidades – Patrimônio e Mina Dois Irmãos – têm capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por ano cada e ambas devem começar a operar no segundo semestre de 2023. O grupo aguarda ainda o licenciamento da unidade de Sapé, que tem capacidade para 3,5 milhões de toneladas por ano e tem previsão para começar a operar no primeiro semestre de 2023.

O grupo Cedro também investe no terminal ferroviário do Bação, em Itabirito (MG), que terá capacidade para transportar 8 milhões de toneladas de minério por ano. A expectativa é que o terminal entre em operação no segundo semestre do ano que vem.

“Estamos caminhando para ficar entre as quatro maiores empresas de mineração do país, chegando a 15 milhões de toneladas de produção por ano em 2026”, afirmou Kallas. Hoje, o grupo é o 11o no segmento de minério de ferro, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

No setor imobiliário, o grupo vai construir em Nova Lima o Himalaya Town Center, que reúne cinco torres residenciais e comerciais, um shopping center a céu aberto e estacionamento para 1,8 mil veículos. As torres residenciais terão apartamentos de 3 e 4 quartos para públicos das classes A e B.

As torres comerciais incluem um hospital do Oncoclínicas e uma unidade da Universidade Fumec. A área construída soma 190 mil metros quadrados. O valor geral de vendas (VGV) é estimado em R$ 1,6 bilhão. “A ideia é fazer a construção sob medida e alugar para as empresas por 25 anos”, disse Kallas. O grupo avalia se vai contratar uma construtora para as obras ou se fará a construção por permuta.

Na área de agronegócio, o grupo mantém projetos nas áreas de grãos e pecuária. “É importante investir em diferentes áreas para dar sustentabilidade ao negócio. E as perspectivas do agronegócio são muito boas”, disse Kallas.

No oeste baiano, o grupo prevê investir R$ 670 milhões em sete anos no plantio irrigado de soja e milho e na criação de 20 mil cabeças de gado bovino em uma área de 52 mil hectares. O plantio começa em 2022. O grupo também adquiriu 5,3 mil hectares na Serra do Cabral (MG), com investimentos R$ 400 milhões para o plantio de cafés especiais. A previsão é colher 100 mil sacas de café especial por ano a partir de 2024.

Na área de energia, o grupo investiu R$ 100 milhões para instalar usinas de geração de energia fotovoltaica nos municípios mineiros de Iguatama, Lavras, São Gonçalo do Sapucaí e Sete Lagoas. Os parques vão gerar 16 megawatts (MW) de energia, com potencial para chegar a 31 MW no futuro.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/11/18/grupo-cedro-pretende-ser-o-no-4-em-minerio-de-ferro.ghtml