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Grupo Cedro pretende ser o no 4 em minério de ferro – valor.globo.com

Plano de expansão de R$ 1 bilhão em três anos inclui os setores de geração de energia, imobiliário e do agronegócio

Por Cibelle Bouças – 18/11/2021

Lucas Kallas, presidente do conselho do Grupo Cedro: “Investir em diferentes áreas dará sustentabilidade ao grupo” —
Foto: Maria Tereza Correia/Valor

O Grupo Cedro, dono da Cedro Mineração, deu início a um programa de investimentos de três anos da ordem de R$ 1 bilhão. O projeto inclui aumento da produção de minério de ferro e entrada nos segmentos imobiliário, de energia e agronegócio. Os investimentos serão feitos com recursos próprios do grupo. O grupo emprega 1,8 mil pessoas e espera chegar a 8 mil até 2024.

O Grupo Cedro foi fundado no fim de 2017 pela família Kallas, de Minas Gerais, que detém 89% do capital, e outros cinco sócios. O grupo adquiriu a Mina do Gama, da Extrativa Mineral, em Nova Lima. Com investimento de R$ 150 milhões em tecnologias para melhorar a produtividade, ampliou a produção da mina de 1,3 milhão de toneladas no primeiro ano para 3,9 milhões de toneladas por ano.

Wanderley Santo, gerente-geral de operações da Cedro Mineração, disse que o grupo implantou um sistema de filtragem de 100% dos rejeitos, o que permitiu aumentar o índice de aproveitamento do minério de 35% a 40% para 60% a 65%. “O próximo passo será a instalação de uma planta de gravimetria, que vai aumentar o aproveitamento em mais 10% a 12%”, afirma Santo. O grupo também estuda usar o rejeito seco para produção de bloquetes para construção civil.

Santo disse que a produção é destinada principalmente para a indústria de ferro gusa. Entre 50% e 60% da produção é vendida para a Gerdau e o restante vai para Vale, CSN, Usiminas e outras. A receita do Grupo Cedro prevista para este ano é da ordem de R$ 2 bilhões, ante R$ 1,1 bilhão em 2020, o que representa um aumento de 82%.

Lucas Kallas, CEO da Cedro Mineração e presidente do conselho de administração do Grupo Cedro, disse que o grupo reinveste de 80% a 90% do que ganha nos projetos de expansão do grupo. A meta é ampliar a produção de 3,9 milhões para 12 milhões de toneladas por ano de minério de ferro até 2023, e para 15 milhões de toneladas por ano até 2026.

Para isso, o grupo aguarda o licenciamento de quatro minas, todas em Minas Gerais, disse Guilherme França, diretor de sustentabilidade do Grupo Cedro. O licenciamento em fase mais avançada é da Mina Cedro Mariana, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por ano. O investimento é estimado em R$ 150 milhões. Segundo França, a unidade deve entrar em operação no primeiro semestre do ano que vem, com geração de 250 empregos diretos.

Outras duas unidades – Patrimônio e Mina Dois Irmãos – têm capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por ano cada e ambas devem começar a operar no segundo semestre de 2023. O grupo aguarda ainda o licenciamento da unidade de Sapé, que tem capacidade para 3,5 milhões de toneladas por ano e tem previsão para começar a operar no primeiro semestre de 2023.

O grupo Cedro também investe no terminal ferroviário do Bação, em Itabirito (MG), que terá capacidade para transportar 8 milhões de toneladas de minério por ano. A expectativa é que o terminal entre em operação no segundo semestre do ano que vem.

“Estamos caminhando para ficar entre as quatro maiores empresas de mineração do país, chegando a 15 milhões de toneladas de produção por ano em 2026”, afirmou Kallas. Hoje, o grupo é o 11o no segmento de minério de ferro, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

No setor imobiliário, o grupo vai construir em Nova Lima o Himalaya Town Center, que reúne cinco torres residenciais e comerciais, um shopping center a céu aberto e estacionamento para 1,8 mil veículos. As torres residenciais terão apartamentos de 3 e 4 quartos para públicos das classes A e B.

As torres comerciais incluem um hospital do Oncoclínicas e uma unidade da Universidade Fumec. A área construída soma 190 mil metros quadrados. O valor geral de vendas (VGV) é estimado em R$ 1,6 bilhão. “A ideia é fazer a construção sob medida e alugar para as empresas por 25 anos”, disse Kallas. O grupo avalia se vai contratar uma construtora para as obras ou se fará a construção por permuta.

Na área de agronegócio, o grupo mantém projetos nas áreas de grãos e pecuária. “É importante investir em diferentes áreas para dar sustentabilidade ao negócio. E as perspectivas do agronegócio são muito boas”, disse Kallas.

No oeste baiano, o grupo prevê investir R$ 670 milhões em sete anos no plantio irrigado de soja e milho e na criação de 20 mil cabeças de gado bovino em uma área de 52 mil hectares. O plantio começa em 2022. O grupo também adquiriu 5,3 mil hectares na Serra do Cabral (MG), com investimentos R$ 400 milhões para o plantio de cafés especiais. A previsão é colher 100 mil sacas de café especial por ano a partir de 2024.

Na área de energia, o grupo investiu R$ 100 milhões para instalar usinas de geração de energia fotovoltaica nos municípios mineiros de Iguatama, Lavras, São Gonçalo do Sapucaí e Sete Lagoas. Os parques vão gerar 16 megawatts (MW) de energia, com potencial para chegar a 31 MW no futuro.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/11/18/grupo-cedro-pretende-ser-o-no-4-em-minerio-de-ferro.ghtml

Grupo Cedro planeja investir mais de R$ 1 bi em três anos – diariodocomercio.com.br

Por Mara Bianchetti – Em 19 de agosto de 2021 às 00:30

Na mineração, grupo prevê inclusão de mais cinco ativos que permitirão à Cedro Mineração elevar a capacidade produtiva | Crédito: Mara Bianchetti

O Grupo Cedro, dono da Cedro Mineração, planeja investir mais de R$ 1 bilhão nos próximos três anos. A maior parte dos aportes será aplicada em Minas Gerais e contemplará não apenas as operações da Mina do Gama, em Nova Lima (RMBH), mas também novos ativos de minério de ferro no Estado e o ingresso da companhia em outras áreas. Há projetos previstos no ramo imobiliário, no agronegócio e em energia solar.

A empresa informou em primeira mão e com exclusividade ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que, na área imobiliária, vai investir em um megaempreendimento em Nova Lima, que incluirá torres comerciais e residenciais, shopping a céu aberto, universidade e um hospital. No agronegócio, está apostando no cultivo de café, soja, milho e em pecuária; o café na Serra do Cabral, no Centro-Oeste de Minas, e os demais na Bahia. Já o projeto de geração solar prevê a instalação de três parques no Centro-Oeste e no Sul do Estado, com geração inicial de 12,5 megawatts (MW).

E na mineração está prevista a inclusão de mais cinco ativos que permitirão a Cedro Mineração passar das atuais quase 4 milhões de toneladas/ano para 15 milhões de toneladas/ano até 2026. Os mesmos se encontram em processos de licenciamento junto aos órgãos competentes e a expectativa é que o primeiro deles entre em operação nos próximos meses.

Outros detalhes dos negócios não foram revelados, no entanto, tamanha é a robustez das iniciativas que a empresa projeta a criação de cerca de 8 mil postos de trabalho entre diretos e indiretos nos próximos anos. Atualmente, há aproximadamente 1,8 mil funcionários – incluindo os terceirizados – atuando apenas na Cedro Mineração, que deve encerrar 2021 com faturamento superior a R$ 2 bilhões.

É o que conta o CEO do grupo, Lucas Kallas. Segundo ele, a mineração é a base da holding e está sustentando os novos investimentos. “É importante distribuir o risco. Mineração é bom, mas o bom preço não é eterno. Estamos apostando na energia renovável, que é um setor que já decolou no Estado; no agronegócio, uma potência em nosso País e cuja demanda só tende a aumentar; e no ramo imobiliário, porque surgiu a oportunidade de um projeto arrojado e de alto nível na região”, resume.

Especificamente sobre o braço de mineração, Kallas destaca que a combinação entre o boom vivido pelo setor com o elevado preço do minério de ferro e o trabalho e investimentos realizados pela Cedro tem permitido à empresa crescer em larga escala. Para se ter uma ideia, apenas em tributos, em sete meses de 2021 mais de R$ 270 milhões já foram recolhidos. No decorrer do ano passado o montante total foi da ordem de R$ 300 milhões. “O faturamento da Cedro Mineração neste exercício deve ultrapassar os R$ 2 bilhões”, diz.

De maneira complementar, o Diretor de Sustentabilidade do Grupo Cedro, Guilherme França, explica que os resultados têm sido possíveis graças à aposta e investimentos da Cedro na Mina do Gama, que está em operação desde os anos 1990 e em 2018 passou a ser operada pela mineradora. Ao todo, já foram aportados R$ 200 milhões em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento em vistas de tornar a unidade totalmente sustentável.

O montante inclui os cerca de R$ 30 milhões em equipamentos para filtragem de rejeito, fazendo com que a mina se tornasse a primeira da região e uma das únicas do Estado com material de descarte 100% filtrado.   O processo consiste em uma operação de separação do sólido e do líquido de modo que o rejeito seja filtrado por um processo de prensamento de placas. O rejeito é empilhado seco, eliminando a necessidade de barragens de materiais úmidos, possibilitando o reaproveitamento da água recuperada no processo.

“Temos um plano grande para a área extrativa. No ano passado, já fomos a sexta maior pagadora de Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) do Brasil e temos conseguido mostrar que práticas de classe mundial e constante inovação tecnológica não estão exclusivamente restritas às gigantes do setor. Queremos ser referência, inclusive, pelo modelo de crescimento sustentável”, ressalta.

As tecnologias promovem, além dos 100% de empilhamento de rejeitos a seco e a descaracterização da antiga barragem, o reaproveitamento de 85% de água empregada no processo produtivo, a preservação de fauna e flora, a aplicação de biomantas nas pilhas de rejeito, a revegetação de leiras e os programas de controle de qualidade. 

Mas não para por aí. A empresa investe ainda em projetos sociais, culturais e de educação ambiental. “No total são 22 projetos apoiados pela Cedro Mineração, seja via Lei de incentivo seja por patrocínio direto, que somam mais de R$ 7 milhões aportados pela companhia. E há outros pelo menos 20 em desenvolvimento”, diz França.

Operações Cedro Mineração
O Gerente-Geral de Operações da Cedro Mineração, Wanderley Santo, aponta que desde que assumiu a Mina do Gama, em 2018, a Cedro vem realizando uma série de investimentos e melhorias nos processos, de maneira a aproveitar o máximo possível do minério extraído da cava da qual detém o direito de exploração. Conforme ele, enquanto teor no insumo siderúrgico de corte gira em torno de 40% de ferro e 35% de sílica, os produtos finais da mineradora são comercializados com concentração média de 64,5% de ferro e 6% de sílica.

Para o melhor aproveitamento do minério, a mineradora está investindo em uma nova planta de britagem e concentrados, que deverá entrar em operação no final do mês. Das 3,9 milhões de toneladas produzidas em Nova Lima, 40% é destinada ao setor guseiro de Minas Gerais e 60% compõe a fatia de exportação de grandes mineradoras do Estado.

“A vida útil da jazida é de dez a 12 anos e além do minério extraído da cava, também estamos reprocessando todos os finos da antiga barragem“, conta. É que entre as heranças dos antigos empreendedores da Mina do Gama estava uma barragem de rejeito que foi desativada há muitos anos, mas com a chegada da Cedro tornou-se uma das primeiras barragens de rejeito do Brasil totalmente descaracterizadas e descadastradas pela Agência Nacional de Mineração (ANM).