Cedro e Gás Verde iniciam projeto pioneiro de descarbonização no transporte de minério

A Cedro Mineração iniciou um projeto piloto em conjunto com a Gás Verde, maior produtora de biometano da América Latina, para reduzir o impacto ambiental no transporte de minério de ferro. Durante o mês de outubro, um caminhão movido a Gás Natural Veicular (GNV) circula no trajeto entre Mariana e o Terminal Fazendão da Vale. As emissões são neutralizadas por meio do Certificado de Garantia de Origem do Biometano (CGOB), emitido pela parceira.

A estimativa é que a adoção desse modelo ao longo de um ano compense aproximadamente 11 mil toneladas de CO₂, número equivalente ao plantio de mais de 72 mil árvores. A substituição gradual da frota a diesel por veículos abastecidos com combustíveis mais limpos pode reduzir até 99% das emissões.

O projeto representa o primeiro passo da Cedro em direção à utilização de biometano em suas operações. Esse combustível renovável é produzido a partir da purificação do biogás gerado na decomposição de matéria orgânica. A recente regulamentação da Lei do Combustível do Futuro reconheceu o CGOB como instrumento para neutralização de carbono, permitindo que as metas ambientais corporativas sejam alcançadas com maior eficiência.

De acordo com Lucas Kallas, presidente do conselho deliberativo da Cedro Participações, o compromisso com a sustentabilidade está no DNA da empresa: “Desde a criação da Cedro buscamos equilibrar resultados econômicos com responsabilidade socioambiental. Nosso objetivo é influenciar positivamente o setor de mineração e contribuir para um futuro mais sustentável”.

A iniciativa integra a expansão da mina de Mariana, planejada para alcançar a produção anual de 5 milhões de toneladas de pellet feed, minério de ferro de alta qualidade e baixo nível de impurezas. Esse produto possibilita a redução de pelo menos 50% das emissões de carbono da indústria siderúrgica, uma das mais poluentes do planeta.

Outro investimento estratégico é o Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD), com 19 quilômetros de extensão. A estrutura deve substituir o transporte rodoviário de minério, trazendo ganhos ambientais e melhorias para o trânsito local. O prazo estimado para conclusão é de 24 meses.

As operações em Mariana também trazem impacto social relevante. A expansão deve gerar cerca de 300 empregos diretos e mil indiretos, estimulando o comércio e os serviços do município. O prefeito Juliano Duarte destacou o simbolismo do projeto piloto: “A carreta movida a GNV representa inovação, redução de impactos e responsabilidade com o futuro. Mariana se orgulha de receber iniciativas que unem produção e preservação”.

A Cedro mantém ainda programas de governança e integridade e adota medidas para otimizar o uso da água. A empresa reutiliza efluentes tratados em atividades como irrigação de taludes e aspersão de vias. Em Nova Lima, a prática já garantiu índices de até 86% de reaproveitamento. A expectativa é alcançar resultados semelhantes na unidade de Mariana, que iniciou operação com esse modelo no final de 2023.